O Brasil é um dos países que mais cresceram na implantação de fibra óptica direto na casa dos consumidores – ou FTTH, sigla do inglês Fiber to the Home – no segundo trimestre de 2025, com a adição de 3,5 milhões de conexões de banda larga por fibra, chegando a 49,3% dos domicílios brasileiros. Esse crescimento fica atrás apenas da China, da Índia e dos EUA, mas quase um milhão acima do México.
Esses dados fazem parte do estudo The State of Business in Latin America, feito pela consultoria Omdia, e apresentado durante a 30ª edição do Futurecom – evento voltado ao setor de telecomunicações que termina nessa quinta-feira (2) em São Paulo, capital.
A FTTH vem crescendo pela necessidade de velocidades mais altas e mais estabilidade de conexão. O levantamento revela ainda que a conectividade continua sendo o principal negócio das operadoras de telecomunicações do País, embora a receita cresça lentamente.
“A receita das empresas de Telecom está crescendo de maneira moderada, menos acentuada do que no passado, o que significa que o setor passa por um momento de transformação em que precisa se preparar para dar um salto de crescimento”, diz em comunicado Ari Lopes, gerente sênior de Service Providers Americas da Omdia.
No mundo, o setor registrou receita de US$ 1,6 trilhão e crescimento anual de 1,9%. No Brasil, esse faturamento estimado pela empresa foi de aproximadamente US$ 27 bilhões, com crescimento de 0,7%. Segundo a empresa de pesquisa, trata-se de um “momento de reflexão” devido aos fortes investimentos feitos pelas operadoras na infraestrutura do 5G, que ainda não se refletem nas receitas.
“Acreditamos que até 2026 haverá um controle dos gastos porque as empresas que adquiriram licença no leilão de 2021 investiram muito para cumprir o caderno de obrigações impostas pela Anatel. Agora, com o 5G já estabelecido em mais de 1.640 cidades no Brasil, é natural que o investimento seja mais comedido”, diz Lopes.
5G na América Latina
O estudo revela que o avanço do 5G na América Latina é desigual e abaixo da maioria das regiões em termos de taxas de penetração. Um dos motivos é a implantação descoordenada da tecnologia, ainda concentrada em poucos países. Brasil e México detinham sozinhos 79% das conexões 5G no 1º trimestre de 2025, embora os dois países juntos possuam 51% do total de conexões móveis.
Argentina e Colômbia, dois mercados importantes, realizaram leilões de espectro apenas no final de 2023, e ainda estão em estágios iniciais de implantação do 5G.
“Não adianta termos uma empresa saudável e duas ou três empresas com prejuízos, sem capacidade de investir e falindo. Embora essa não seja a realidade do Brasil, temos visto essa situação em outros países da América Latina, que têm uma competitividade muito predatória”, diz Lopes. “O Brasil é uma exceção, tem um mercado muito mais equilibrado, então precisa entender isso como uma oportunidade para se preparar para o futuro.”
A expectativa da Omdia é de que as assinaturas móveis da América Latina cheguem a 905 milhões até 2029, taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 46,8% na comparação com 2024. A consultoria também prevê que o 5G chegará a 502 milhões de conexões até 2029 na região, ou 55% do total.
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