Brasil e Cuba fortalecem diálogo para ampliar cooperação científica e tecnológica — Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação

Brasil e Cuba fortalecem diálogo para ampliar cooperação científica e tecnológica — Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação


Representantes do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) receberam, em Brasília (DF), delegação da Universidade do Oriente, de Cuba, para discutir novas oportunidades de cooperação nas áreas de ciência, tecnologia e inovação. O objetivo é abrir espaço para futuras parcerias entre os dois países, com foco na ampliação do intercâmbio científico e acadêmico e no desenvolvimento conjunto de projetos de pesquisa. 

A secretária de Políticas e Programas Estratégicos do MCTI, Andrea Latgé, destacou que o diálogo com Cuba se insere em um contexto de retomada da cooperação bilateral no campo científico.  

“Nós temos um acordo reativado em 2023 na reunião do Comitê Gestor Brasil-Cuba em Ciência e Inovação, que é um marco importante dessa reaproximação. Também há várias temáticas em movimento, como biotecnologia, bioindústria, energias renováveis, saúde e agricultura”, disse. Andrea destacou ainda o MCTI está lançando o Programa Tecnológica, que vai financiar com R$ 50 milhões iniciativas entre pesquisadores brasileiros e de outros países da região. “É uma oportunidade também para essa comunidade científica”, afirmou. 

Andrea ressaltou ainda a possibilidade de Cuba integrar-se ao Centro Latino-Americano de Biotecnologia (Cabbio), programa de integração regional que promove cooperação entre países latino-americanos em pesquisa e capacitação na área. “Seria muito bom que Cuba pudesse integrar-se ao programa, beneficiando-se de processos de qualificação, bolsas e capacitações. Seria uma maneira de ampliarmos as colaborações, especialmente na área de biotecnologia”, completou. 

Representando a delegação cubana, a reitora da Universidade do Oriente, Diana Sedal Yanes, destacou a relevância da aproximação com instituições brasileiras e lembrou a tradição científica e formadora da instituição. “A Universidade do Oriente é uma das principais instituições de ensino de Cuba, com uma forte vinculação entre as ciências básicas e a saúde pública. Em um país pequeno, não podemos fragmentar tanto os recursos, por isso nossa pesquisa é muito integrada. Temos estudantes de sete províncias e 85 municípios, o que reflete a importância nacional da universidade”, ressaltou. 

Cooperação Brasil-Cuba 

O secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do MCTI, Daniel Almeida, destacou as semelhanças entre os sistemas públicos de saúde dos dois países e defendeu que essa área pode ser um eixo estratégico de cooperação. “Que a gente possa unir esforços para desenvolver cada vez mais os nossos países. No Brasil, temos um sistema universal e gratuito de saúde, semelhante ao cubano. É uma área em que o governo tem investido bastante em inovação. Queremos que 70% dos insumos utilizados no SUS [Sistema Único de Saúde] sejam produzidos no País até 2033, reduzindo nossa dependência externa. Essa é uma visão civilizatória comum, saúde como bem público, e é um campo em que podemos estreitar muito nossa colaboração”, destacou. 

O professor Fidel Antonio Castro Smirnov, também integrante da delegação, destacou os centros de pesquisa e biotecnologia da instituição e as colaborações já em andamento com o Brasil. “A Universidade do Oriente tem três centros de investigação em biofísica médica, eletromagnetismo e eletrônica industrial. Muitos dos nossos professores se formaram no Brasil, e esta visita busca justamente retomar e ampliar essa colaboração científica. Atualmente, trabalhamos com o Instituto de Ciência, Tecnologia e Inovação de Maricá, no Rio de Janeiro, em um projeto para instalação do primeiro equipamento de prototerapia no País. Também estamos avançando na criação de um laboratório de nanotecnologia na Universidade do Oriente, com apoio brasileiro”, explicou. 

O chefe de gabinete do MCTI, Rubens Diniz, reforçou o compromisso do ministério em fortalecer as relações bilaterais. “Nós vamos ter que centrar as atenções e equalizar dois tipos de problemas: os formais e os práticos. Uma vez solucionadas essas questões, acredito que as coisas ganharão um volume extraordinário. Essa parceria entre Cuba e o Instituto de Ciência, Tecnologia e Inovação de Maricá [ICTIM] é um caminho institucional importante”, afirmou. 

A reunião contou ainda com a presença da gerente do Departamento Regional Centro-Oeste da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Julieta Palmeira, e do vice-diretor da Faculdade de Tecnologia da Universidade de Brasília (UnB), Paulo Celso dos Reis Gomes, que destacaram o papel das instituições brasileiras no apoio a iniciativas de cooperação internacional. 





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