Os jovens participantes da Olimpíada Internacional de Astronomia e Astronáutica (IOAA) e da Olimpíada Latino-Americana de Astronomia e Astronáutica (OLAA) foram recebidos, nesta terça-feira (7), pela ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília (DF).
“Vocês estão entrando num mundo novo, o ‘admirável mundo novo’, que é o mundo da ciência e tecnologia, do conhecimento e da criatividade. É isso que nos faz viver e é o maior patrimônio de uma nação. Nós até podemos perder o bem material, mas o que temos na mente e no coração, ninguém tira”, disse a chefe da pasta.
O encontro contou com a presença dos cinco jovens que participaram da IOAA e dez adolescentes que participaram da OLAA, além do coordenador da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA), João Batista Garcia Canalle, e a diretora de Popularização da Ciência, Tecnologia e Educação Científica do MCTI, Juana Nunes.
“É com ciência e tecnologia que nasce todo esse esforço de popularização da ciência, de levar a ciência de maneira descontraída para as escolas. Então, estamos muito felizes em estar aqui, onde tudo começa”, afirmou o coordenador.
Os alunos que participaram da IOAA voltaram para o Brasil com uma medalha de ouro, duas de prata, uma de bronze, dois troféus e uma menção honrosa, enquanto os jovens que participaram da OLAA ganharam nove medalhas de ouro e uma de prata.
“Nós acreditamos muito que a educação científica de qualidade, que valoriza os professores e os talentos, é o que contribui verdadeiramente para a ciência. Então, isso aqui é apenas o começo! Voem, porque o caminho é todo de vocês”, finalizou a diretora Nunes.
OLAA
Durante a 18ª Olimpíada Internacional de Astronomia e Astronáutica, que ocorreu entre de 11 a 21 de agosto, os cinco estudantes brasileiros do ensino médio disputaram contra os melhores alunos de astronomia e astrofísica do mundo, em Mumbai, na Índia.
O jovem Luca Pieroni Pimenta levou medalha de ouro, além de dois troféus de melhor prova em grupo e melhor prova observacional. Franklin da Silva Costa e Francisco Carluccio de Andrade foram prata e Lucas Amaral Jensen levou a de bronze. Giovanna Karolinna Ribeiro de Queiroz recebeu menção honrosa. O grupo foi liderado pelos professores Júlio César Klafke e Eduardo Henrique Camargo de Toledo.
Luca, de 17 anos, é de Valinhos (SP) e conta que se dedica à astronomia e astronáutica há 3 anos, participando de olimpíadas desde o 9º ano. “A experiência na Olimpíada Internacional foi incrível. Uma coisa que eu gostei muito é que ela é muito plural e interdisciplinar. Então, a gente estuda muito a parte teórica, faz muita conta, mexe com astrofísica avançada, mas, ao mesmo tempo, também treinamos nossa coordenação motora pra mexer em telescópio, treinamos a visão para analisar bem uma carta celeste. A gente usa basicamente todos os sentidos na astronomia”, disse o jovem.
Olaa
Neste ano, o Brasil foi a sede da 17ª Olaa, em Barra do Piraí (RJ), de 1º e 7 de setembro. A competição reuniu 74 adolescentes de 14 países.
Por ter sido o anfitrião, o Brasil pôde ser representado por duas equipes compostas por dez jovens. Foram eles: Felipe Maia Silva, Filipe Ya Hu Dai Lima, Lucas Praça Oliveira, Isabela Xavier de Miranda, Luís Fernando de Oliveira Souza, Eyke Cardoso de Souza Torres, Guilherme Waiandt Moraes, Gustavo Globig Farina e Larissa França Souza e João Victor Evers Cordeiro.
OBA
Criada em 1998 pela Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), a OBA é o início da trajetória dos jovens brasileiros para competições internacionais, como a IOAA e a OLAA.
Cofundador de uma startup no ramo aeroespacial, a história de Raphael Galate com a área começou há alguns anos, com a OBA. “Quando eu era estudante do ensino fundamental e médio, participei de várias olimpíadas, entre elas a OBA. E foi ali que eu me apaixonei pela astronomia e fui estudar engenharia aeroespacial no ITA [Instituto Tecnológico de Aeronáutica].”
“O que começou como um hobby de fazer foguetes com amigos da faculdade, acabou nos levando a competições nos Estados Unidos, onde ganhamos segundo lugar com um foguete que nós mesmos construímos. Hoje, com a nossa startup, nós recebemos apoio do MCTI, por meio do FNDCT, e buscamos a soberania nacional para lançar nossos satélites em órbita de maneira independente”, finalizou o engenheiro.
A OBA recebe apoio do MCTI e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), agência vinculada à pasta.