SBPC Mulher estreia com espaço próprio e reforça protagonismo feminino na ciência — Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação

SBPC Mulher estreia com espaço próprio e reforça protagonismo feminino na ciência — Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação


Um dos marcos históricos da 77ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) foi a estreia do espaço SBPC Mulher, dedicado ao fortalecimento das questões de gênero, raça, classe social e geração dentro da ciência e das políticas públicas. A iniciativa simboliza uma guinada na forma como a ciência brasileira tem debatido a equidade e a inclusão: pela primeira vez, uma tenda exclusiva foi montada para acolher, dar voz e visibilidade às mulheres cientistas, pesquisadoras, estudantes, lideranças e ativistas.

Sob coordenação da professora da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Maria do Rosário Andrade e com a vice-coordenação da professora, pesquisadora e militante dos direitos das mulheres Chiara França de Araújo, a SBPC Mulher foi construída em parceria com a Secretaria da Mulher do Recife, liderada pela secretária Glauce Medeiros.

A proposta foi ousada e inovadora: consolidar um ambiente feminino e feminista, interseccional, crítico e propositivo, dentro da programação oficial da SBPC, articulando universidades, movimentos sociais, coletivos de base, sindicatos, organizações da sociedade civil e gestão públicas.

O espaço recebeu a visita de personalidades importantes, como a vereadora e poetisa Cida Pedrosa que integrou uma roda de conversa com outras parlamentares e recitou poemas que emocionaram o público e fortaleceram a mensagem de resistência, sensibilidade e luta.

Segundo a organizadora do espaço, Maria do Rosário Andrade, a criação da SBPC Mulher representa um marco histórico.

“Em 77 anos de existência da SBPC, esta é a primeira vez que temos uma comissão SBPC Mulher, com uma programação dedicada a abordar diversos aspectos das vidas das mulheres — seus avanços e obstáculos, suas limitações socialmente construídas e suas conquistas. Organizamos a SBPC Mulher em sete eixos temáticos que permitiram a realização de rodas de conversa, oficinas, relatos de experiência e atividades culturais, como recitais e apresentações de dança realizadas por mulheres”, disse.

Ainda segundo Maria do Rosário, o espaço também contou com estandes institucionais importantes, como o do Instituto Federal, o programa Futuras Cientistas, coordenado por Giovanna Machado, do CETENE, a da Fiocruz, além de projetos do CNPq voltados à participação de meninas e mulheres na ciência.

“Foram mais de 50 horas de atividades com ampla aceitação do público. Entre os destaques, realizamos duas rodas de conversa com mulheres na política — vereadoras, deputadas e uma senadora —, em uma experiência única que esperamos repetir e ampliar nas próximas edições da SBPC. Nosso desejo é que a SBPC Mulher permaneça e cresça cada vez mais”, declarou.

A secretária da Mulher do Recife, Glauce Medeiros destacou que a primeira edição da SBPC Mulher foi histórica, um passo importante na luta por igualdade. “Não se trata apenas de divulgar a ciência que as mulheres estão fazendo ou de garantir um espaço específico para elas. Esse é também um espaço de articulação para o enfrentamento das desigualdades de gênero que atravessam as carreiras científicas e universitárias. É um momento em que as mulheres se reúnem, conversam, se fortalecem e, juntas, constroem estratégias para enfrentar as discriminações que ainda existem na ciência”, afirmou

Glauce complementou que a ciência é um espaço de poder e que todo espaço de poder exige que as mulheres entrem e disputem esse lugar. “Para que possamos ser respeitadas e ter participação com igualdade de oportunidades. A SBPC Mulher não serve apenas para divulgar a ciência feita por mulheres, mas também para valorizar a contribuição histórica e presente das mulheres para o avanço científico do país”, concluiu.





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