Luli Radfahrer afirma que a inovação deve respeitar direitos fundamentais, como privacidade, segurança e autonomia
Discutir ética no desenvolvimento tecnológico é essencial para garantir que a inovação respeite direitos fundamentais, como privacidade, segurança e autonomia. Na coluna desta semana, o professor Luli Radfahrer destaca que, sem princípios éticos e regulação adequada, a tecnologia pode reforçar desigualdades, manipular comportamentos e expor usuários a riscos graves. “A gente precisa garantir que o desenvolvimento tecnológico respeite direitos básicos, como privacidade, segurança e autonomia dos usuários porque, senão, vira a lei do mais forte, vira uma lei da selva em que cada um sai crescendo e quem tiver mais força bate mais e quem for menor simplesmente cala a boca e não reclama. Então a gente tem que ter uma abordagem que priorize a privacidade, começa por ela.”
Para o colunista, Leis como a LGPD são fundamentais, mas precisam ser acompanhadas de educação digital para que as pessoas saibam se proteger e usar as ferramentas com consciência. Empresas devem assumir a responsabilidade pelos impactos de seus produtos e adotar a ética desde o início do desenvolvimento. “As pessoas estão usando um poder muito maior de acesso e de compartilhamento de informação. Então eu preciso saber proteger a minha informação, preciso reconhecer uma tentativa de golpe – porque sempre vai ter uma tentativa de golpe on-line -, e entender as configurações de privacidade.”
A inteligência artificial, como qualquer ferramenta, pode servir tanto para o bem quanto para o mal. Cabe à sociedade orientar seu uso, cobrar transparência e colocar o ser humano no centro das decisões tecnológicas. Afinal, tecnologia sem ética não é avanço — é perigo.
Datacracia
A coluna Datacracia, com o professor Luli Radfahrer, vai ao ar quinzenalmente, sexta-feira às 8h, na Rádio USP (São Paulo 93,7 ; Ribeirão Preto 107,9 ) e também no Youtube, com produção da Rádio USP Jornal da USP e TV USP.
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